domingo, 4 de março de 2012

ATA DE REUNIÃO SOBRE O CONGRESSO E SALÃO DE CERÂMICA DA SEEC – MAA

ATA DE REUNIÃO SOBRE O CONGRESSO E SALÃO DE CERÂMICA DA
SEEC – MAA

Aos quinze dias do mês de fevereiro de 2012 reuniram-se no Memorial de Curitiba ( Fundação Cultural de Curitiba) Marília Diaz, Luis Felipe Schultz, Ana Carolina Lepienski, Risolete Bendlin, Izamara Carniatto, Priscila de Ferrante, Marcelo Ambrósio, Letícia de Sá Rocha, Soraia Savaris, Gilberto Narciso, Eliana, B.Herman, Zélia de Oliveira Passos, Ocleres Muzillo, Sergio Moura, Gláucia Flügel, Elizabeth G. S. Araújo, Luiz Pellanda, Carina Weidle, Tânia B. Bloomfield, Ronald Simon, Amanda Gallego, Carlos Alberto Vargas, Loire Nissen, Claudine Watanabe, Celso Setogutte, Eliza Maruyama, e Clayton da Costa. Marília Diaz iniciou os trabalhos informando que a reunião não foi promovida pela Secretaria de Cultura - SEEC, e sim por artistas e outros profissionais interessados na área da cerâmica que, ávidos de informações sobre o Salão e o Congresso de Cerâmica (inicialmente Simpósio), promovidos

há 31 anos pelo Museu Alfredo Andersen - MAA, buscam esclarecimentos. Marília Diaz solicitou 20 minutos para apresentar o histórico das reuniões anteriores. Esclareceu que na reunião realizada no dia vinte e seis de janeiro de 2012, na SEEC, estavam presentes, Christine Baptista, diretora da Coordenação do Sistema Estadual de Museus - COSEM , cinco artistas visuais convidados, oito funcionários da SEEC , o presidente da Associação dos Amigos de Alfredo Andersen, além do diretor do MAA, Ronald Simon. Christine relatou sobre o constrangimento dos dirigentes em relação às noticias, veiculadas via internet, sobre o cancelamento do Congresso e do Salão de Cerâmica, bem como sobre os quatro encontros realizados em Curitiba em 2011, coordenados por Paulo Herkenhoff, para discutir as políticas públicas para a cultura. Sobre as reuniões do ano de 2011 Christine relatou que o crítico de arte Paulo Herkenhoff abordou algumas questões sobre a cultura no Paraná e se declarou contrário aos “salões específicos”, justificando que na contemporaneidade não há mais sentido tratar as especificidades das linguagens artísticas. Christine Baptista lamentou o não comparecimento dos artistas nos encontros realizados em 2011. Posteriormente destacou a falta de recursos humanos e financeiros para a realização de eventos, salientou também a dimensão que tanto o Congresso quanto o Salão tomaram nos últimos anos, chegando a ser mais importantes que o próprio MAA. Destacou ainda que Alfredo Andersen foi pintor, e que portanto, o MAA não tem perfil para essa modalidade de arte, além da demanda de trabalho do MAA ser muito grande em relação ao quadro de pessoal. Christine Baptista reforçou também que o número de funcionários da SEEC está muito aquém da necessidade e que todos os eventos acontecem na capital do Estado, sendo muito importante a descentralização. Justificou o novo modelo de gestão pública e introduziu o conceito de OSCIP (organização da sociedade civil que, em parceria com o poder público, utilizará também recursos públicos, para as suas finalidades, dividindo o encargo administrativo e prestação de contas) e OS (financiamento para cumprir metas), como opção institucional para a realização de eventos, enfatizando o exemplo do MON, da Pinacoteca de São Paulo e outras instituições internacionais que fazem uso desta opção. A Lei Rouanet e as O.S. foram citadas como alternativas para a organização de eventos.

Ao término desta reunião e após a argumentação dos artistas presentes, sobre a importância do congresso como fórum aberto de discussão, espaço para a pesquisa e atividade que gera trabalho e desenvolvimento, Christine Baptista sugeriu um novo encontro com artistas, designers e pesquisadores Das instituições de ensino superior, agendada inicialmente para o dia 29 de fevereiro para a apresentação de uma proposta de forma e conteúdo para o Congresso e Salão de Cerâmica, reunião  cancelada posteriormente. Depois Marília Diaz relatou também a reunião ocorrida no dia seis de fevereiro nas dependências do Museu Oscar Niemayer - MON, com representantes de museus e Paulo Herkenhoff.

Frisou que a reunião foi apenas para convidados e que na oportunidade ela,Marília, apresentou a preocupação com as dificuldades para a continuidade do Congresso de Cerâmica. Marília Diaz fez uma defesa do Congresso de Cerâmica, justificando sua importância em função da apresentação de trabalhos, das trocas de experiências entre os vários setores interessados na cerâmica, sejam indústrias, artistas, designers e ou outros. Discutiu-se os novos formatos de gerenciamento pelas leis de incentivo a cultura e entendimentos sobre salões de arte. Paulo Herkenhoff salientou que salões de arte de uma só linguagem reduzem e que defender um bolsão de produção pode isolá-lo. Destacou que se o congresso se efetivar deve extrapolar a linguagem da cerâmica atraindo artistas que trabalhem com outras modalidades de arte.

Sugeriu alguns temas como :Questões Estéticas; Possibilidades Matéricas em Bachelard; Psicanálise, Linguística e Argila; Ancestralidade e Arquétipos; Fragilidade em Louise Bourgeois ; como era a Cerâmica antes de Portugal?, entre outros.

Após o relato das reuniões anteriores, na reunião do dia quinze de fevereiro discutiu-se a questão de como o grupo entende o Congresso e o Salão de Cerâmica em ternos de conteúdo e formato. Destacou-se a importância de se encontrar um tema Gestor para o Congresso. Também foi observado que neste ano haverá em Curitiba o 56º Congresso Brasileiro de Cerâmica, cujo foco é a indústria e a pesquisa acadêmica. Em seguida, Tânia Bloomfield abordou a questão da Lei Rouanet, seus prazos e particularidades, que segundo ela  são complicadores para um evento ainda este ano. Ela vê com ressalvas a participação da iniciativa privada no processo e observa que os elementos indicam novamente a privatização de serviços da esfera pública.

O diretor do MAA, Ronald Simon, colocou as dificuldades que o museu enfrenta para viabilizar o congresso, (apenas quatro funcionários, sendo que um se aposenta este ano e espaço físico precário). Disse que o congresso  produz efeitos na administração e no espaço físico do MAA, antes e depois do evento. Destacou que não se trata apenas da não identidade entre Andersen e a cerâmica, e sim das condições críticas que a entidade enfrenta. Ele questiona A importância real da história face à realidade atual. Zélia Passos afirmou que o Congresso/simpósio e o salão têm uma história de mais de 30 anos e uma importância para o aprimoramento da arte cerâmica que não podem ser jogados fora. Em todos estes anos, o governo do Estado foi gerido por sucessivos partidos políticos e todas honraram a realização destes eventos.

- Além do avanço artístico observado nos salões, as oficinas e conferências dos congressos/simpósios têm obtido tal nível que cada vez mais atraem caravanas de ceramistas de outros estados e de pessoas de outros países, aproximando a sua repercussão a outras promoções públicas de monta no cenário artístico nacional, como os cursos/ concertos/oficinas de música de janeiro. Os congressos/simpósios e salões de cerâmica têm uma peculariedade especial. Destaca, em pé de igualdade, a arte cerâmica popular, a arte do desing cerâmico e a cerâmica artística. O reconhecimento do artista popular em seu fazer cerâmico tem sido um ponto alto em nossos salões e congressos,com revelações surpreendentes e com a divulgação de ceramistas do sertão brasileiro que mantêm vivas técnicas milenares, demonstrando perícia criativa reconhecida por estrangeiros e ainda pouco valorizados por nós, seus irmãos. Eliana Heemann reforçou a importância do evento informando que o mesmo é conhecido e valorizado internacionalmente e que não deve deixar de ser realizado.

O Sr. Sérgio Moura argumentou que o congresso deve ser visto como uma oportunidade. Disse que o governo anterior foi um marasmo e que é difícil compreender a postura do partido que se encontra no poder. Acredita que, como produtor cultural não há mais espaço para um salão no século XXI, observa também que o congresso e o salão não podem sobrepor-se à instituição e considera necessário discutir melhor o formato proposto pelo PSDB . Loire Nissen questionou sobre quais seriam os parceiros privados que apoiariam o evento e qual o corpo técnico do mesmo, o modelo seria público ou privado? Conseguir patrocinadores é função de quem? Ana Carolina Lepienski perguntou se é possível oferecer o congresso para uma empresa gestora realizar e cobrar pela participação? Elizabeth Araújo afirmou que o Estado deve assumir a sua responsabilidade com a execução e o financiamento de políticas públicas de cultura, uma vez que é direito de todos ter acesso a elas. E que devemos lutar pela manutenção do evento com financiamento público porque ceder é entregar o patrimônio público para uso privado. Como encaminhamento da reunião sugeriu a confecção de uma carta em favor da realização e da manutenção do evento a ser entregue para a Secretaria de Estado da Cultura com cópia ao governador do Estado e aos ceramistas do Paraná e do Brasil. Marília Diaz lembrou que o salão já teve umalei, norma que garantia a sua realização.Izamara Carniatto questionou sobre o estado, que cada vez faz menos e sugeriu documentar a posição do grupo, afirmando que não se deve abrir mão de nenhum dos eventos - salão e congresso. Acha que é possível fazer outra coisa, mas desconhece sobre questões de financiamento. Sugeriu que uma comissão fosse retirada do grupo para trabalhar num documento. Marília Diaz lembrou que em nenhum momento percebeu que os gestores da SEEC estivessem se retirando da discussão e de suas responsabilidades e reforçou sobre a importância da eleição de uma comissão. Tânia Bloomfield apresentou a idéia de se criar um grupo de discussão via web (Yahoo Groups) e lembrou que no dia 28 de fevereiro, às 9:00hs, haverá uma reunião sobre políticas relacionadas à cultura no MON. Marilia Diaz sugeriu que dentro do congresso é possível discutir os rumos do Salão de Cerâmica. Gilberto Narciso destacou que todos os ceramistas do Brasil estão esperando pelos resultados desta reunião. Como fechamento foi acatada a sugestão de constituir uma comissão para redigir um documento a ser apresentado à SEEC. Foram sugeridos e aceitos para a comissão que redigirá a primeira versão do documento: Soraia Savaris, Izamara Carniatto, Marília Diaz, Tania Bloomfield, Elizabeth G. S. Araújo e Marilzete Basso do Nascimento. A linha básica da carta a ser redigida pela comissão deverá ser traçada a partir das seguintes idéias: 1.Histórico do evento; 2. Responsabilidade do estado; 3. Proposta de que o congresso discuta o Salão de Cerâmica. A reunião para a redação da carta foi agendada para o dia 23 de fevereiro de 2012, às 14hs, no Atelier Marília Diaz, à Rua Bororós, 234, Vila

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